9 de xul. de 2024

Que c*** fai un enxeñeiro?

Cando escoitamos dicir "onte coñecín a un tipo simpático; é fotógrafo", non respondemos "Ah, e que traballo fai?" (a menos que queiramos parecer parvos). Un fotógrafo fai fotos. Do mesmo xeito que un mestre ensina e una bailarina danza. Un médico pode ter varias especializacións, pero sempre se adicará, dun ou doutro xeito, a coidar ás persoas. E un enxeñeiro? Que c*** fai un enxeñeiro? Tantos, tan diferentes e tan especializados son os seus posibles traballos que responder á pregunta "a que te dedicas?" con "enxeñeiro" é como describir a Rosalía de Castro dicindo que "era un ser humano".

 - A que te dedicas? 
- Son enxeñeiro, fago estruturas. 
- Xa entendo, estruturas. Entón, pontes, encoros, túneles... 
- Non exactamente. 
- Aeroportos? Edificios? 
- Edificios industriais, cando vai ben. 
- Pero iso existe? 

Ás veces dá a impresión, falando con persoas que non traballan no mesmo, que a súa idea da figura do enxeñeiro civil está un pouco desviada respecto á realidade cotiá de hoxe. No imaxinario común, os enxeñeiros de estructuras facemos, sobre todo, cálculos, moitos cálculos feitos nunha escura oficina nunha grande torre gris, así durante 40 horas todas as semanas. Os enxeñeiros de estruturas calculan, pero tamén crean debuxos e especificacións, asisten a reunións co cliente ou a propiedade (non poucas veces en varias linguas), falan cos fornecedores e negocian as mellores ofertas técnicas, resolven as dúbidas durante a construcción, revisan o traballo doutros enxeñeiros ou deseñadores, escriben informes e avaliacións, ou forman a xente nova que entra na profesión.

18 de abr. de 2024

O poder do silêncio e da escuta

Ao longo de 20 dos meus 44 anos dediquei-me à engenharia, enfrentando desafios, analisando-os e apresentando soluções. Em cada situação, o meu objetivo era desenvolver um projeto que respondesse às necessidades identificadas, uma abordagem que também aplicava nas minhas relações pessoais: fornecendo soluções e conselhos diretos. No entanto, ao explorar o mundo do coaching, deparei-me com uma mudança de paradigma. Os meus mentores sublinharam que um verdadeiro coach não deve oferecer soluções diretas nem julgar os seus clientes. Esta ideia era completamente oposta a tudo o que eu sabia, mas um vestígio de confiança nos meus novos professores permitiu-me perseverar felizmente. A prática do coaching revelou-se um desafio. Apesar de anos de hábitos, aprendi que as respostas mais valiosas são aquelas que o cliente descobre por si próprio. 

Numa sessão marcante, ao sugerir subtilmente uma solução para um engenheiro júnior, fui surpreendido pela sua rejeição, o que foi um golpe duro para o meu ego, mas uma lição valiosa. Isso ensinou-me a importância de deixar o ego de lado. Nas seguintes ocasiões contive o impulso de oferecer soluções, recordando a reação desdenhosa do colega anterior. Atualmente, compreendo que respeitar o coachee significa acreditar que ela ou ele possui muitas respostas. Essa crença é também a base de muitas das minhas ações como professor na universidade, onde enfatizo que a verdadeira tarefa do orientador de dissertação ou tese, na maioria das  ocasiões, é deixar os estudantes encontrarem as suas soluções mais do que impor as minhas soluções.

Albert Einstein uma vez afirmou que o sucesso na vida pode ser descrito como "X + Y + Z", onde X é trabalho, Y é prazer e Z é manter a boca fechada, o que vai além de simplesmente "morder a língua". Estar em silêncio significa não dizer nada quando não é necessário, especialmente no que toca a oferecer soluções e conselhos não solicitados. Assim, questiono: como coach, e mesmo como pessoa, mantém o silêncio quando escuta?