28 de xuño de 2009

Escolhas e equívocos

Nesta época do ano muitos futuros estudantes universitários estão a pensar no caminho a seguir. As perguntas sobre as saídas profissionais e o salário são as mais insistentes nos bate-papos da internet. Os foros estão cheios de pessoas que têm as verdades todas definidas, pessoas que afirmam sem hesitar "esta opção é claramente com a que mais dinheiro ganha".

Hoje, dez anos depois da minha escolha no meio da crise económica de começos dos 90, vejo surgirem candidatos a profissionais, nomeadamente futuros engenheiros, e percebo com alguma tristeza que nesta fase precoce das vidas profissionais frequentemente as preocupações pelo ordenado, pelo cenário empresarial e pela estabilidade são maiores que o gosto pelo ciência aplicada e a tecnologia.

Afortunadamente a vida está repleta de fantásticos equívocos e segundas oportunidades. Assim Rowan Atkinson (Mr Bean) deixou a engenharia elétrica para ser actor, o arquitecto Le Corbusier fez de relojeiro, o romancista Italo Calvino formou-se inicialmente em engenharia agrícola, o multifacetado Castelao estudou medicina por amor ao seu pai e deixou-na por amor à Humanidade, o matemático Leibnitz trabalhava como advogado, Júlio Verne também ia para advogado mas era apaixonado pela ciência-ficção, Wittgestein deixou a engenharia aeronáutica para filosofar, etc...

Recordem também que o homem viveu basicamente da caça durante quinhentas mil gerações e que só é agricultor há trezentas. Entender a evoluição das profissões olhando para as últimas décadas é muito pouco para formar verdades e predezir o mercado laboral nos próximos 35 anos com base nas ofertas de emprego dos últimos anos é simples adivinhação. Pelo menos estudem aquilo do que gostam.

4 comentarios:

  1. É vostede maxistral dando consellos, Mendinho.
    Eu supoño que a pregunta a facerse antes de escoller uns determinados estudios (ou non estudios, que tamén vale) é ¿qué me falta para acadar as miñas aspiracións na vida? Obviamente, a pregunta é excesivamente complexa para abordala a priori con 17 ou 18 anos, así que teremos fe en Eduard Punset, cando afirma que certos estudos científicos denostran que, en decisións insufucientemente documentadas e de grande complexidade, a intuición ten unha maior porcentaxe de éxitos que a razón. Así que o diálogo debería ser algo así:
    -¿Qué carreira podo estudar?
    -¿A tí que che pide o corpo?

    No fondo, estoulle dando voltas á última frase do seu artigo, que é a que eu digo sempre.

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  2. Non me vou a meter no debate de que debe estudar cada quen pero creo que un bo consello e facer eso que sempre quiseches. Así é mais dificil errar. Se o que sempre quiseches é ser futbolista e non podes, algo relacionado co mesmo, se o que sempre quiseches é ser rico e non podes, algo relacionado con iso e así sucesivamente.....

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  3. O mellor é dedicarse a unha mestura daquilo que che pida o corpo como di Míguez e a realidade posíbel de Mr. Adycto. Sobre todo, nunca faría caso da Gaceta Universitaria e toda a propaganda mediática infecciosa.

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  4. Penso que hai que seguir a vocación e no caso de non tela elexir por afinidade, por intuición, agora ben, hai que loitar e non deixar de lado o pragmatismo.

    No meu caso estudiei (porque elexín estudar) o que sempre quixen, pero ao acabar os estudos elexín continuar estudando dentro desa area algo máis práctico ao que me puidera dedicar. E, de momento, podo.

    Están ben as intuicións pero aderezadas de pragmatismo.

    Outro tema xa é a situación da formación neste país e tamén noutros...

    Mrs. Doyle

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